Eu não fui como romeira. Minha passagem por Juazeiro do Norte, no Sertão do Cariri, interior do Ceará, foi por acaso, no início deste ano. Mas aproveitei que estava na cidade para conhecer o tão falado caminho de fé, do famoso Padre Cícero, religioso com o maior número de devotos do Nordeste.
O caminho para chegar até lá em cima é longo e tortuoso. Chega a dar um frio na barriga quando a van faz as curvas e outro carro vem em nossa direção. Imaginar que todo aquele trecho é percorrido a pé por tanta gente é bem impressionante. Mas a fé funciona como uma mão que vai puxando aquele povo até lá em cima, quando se chega ao objetivo do caminho.
O Padre Cícero Romão Batista - ou Padim Ciço, como preferem chamar - é tido como santo desde que, afirmam, fez uma hóstia se transformar em sangue na boca de uma beata, em uma de suas missas, em 1889. Desde então o padre é adorado e muitos milagres são atribuídos a ele. Toda essa devoção está representada na Colina do Horto, onde está a estátua do Padim e o Casarão, um museu vivo da história dele.
Diversas salas compõem o museu. Em muitas delas, bonecos de cera de figuras importantes daquela época, junto ao padre. Um ambiente em particular me chamou a atenção: uma sala com vários tonéis, dos quais os devotos, com a ajuda de conchas de ferro à disposição, bebem água. Fui lá e bebi também.
Andando mais lá por dentro, encontramos cartas, fotos de acidentes, histórias das mais variadas, milagres de diversos tipos. E gente de toda a fé. Saímos e, lá fora, mais devoção.
Na volta, entramos na van e pedimos ao Meu Padim Pade Ciço que nos reja, nos guarde e nos traga de volta.
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