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18.6.10

Todo o encanto da Caverna do Deda


Quando fui a Serra Negra, em Bezerros (PE), não deu tempo de fazer um dos passeios mais recomendados da região: a Caverna do Deda. No último final de semana, para comemorar o Dia dos Namorados, voltamos ao lugar e podemos conhecer esse que é, sem dúvida, um dos lugares mais bonitos do Estado.

O dia estava bem frio, nublado e com uma chuvinha fina que caía sem parar. Por um lado esse clima até foi bom, já que a caminhada é pesada! O carro vai até um ponto, no começo da serra. Depois, é preparar os pés e caminhar por cerca de uma hora até o destino. Como não achamos o guia, fomos por conta própria. Procuramos saber com alguns moradores como chegar e seguimos em frente. Muita subida, paradas para tirar fotos, escutar o som da natureza e beber água. Isso é fundamental! Vá com sua squeeze cheia.





A entrada na Caverna do Deda custa R$ 2,00 por pessoa. A propriedade era de Deda Laurentino, já falecido, e tem esse nome em sua homenagem. Quem cuida de tudo é seu filho, João, que faz questão de explicar os detalhes e a história com o maior apreço.
O primeiro atrativo é um balanço, instalado em uma árvore que tem um galho alto. Chega a dar um friozinho gostoso na barriga. Depois de se balançar, prepare as pernas que lá vem subida!
Entramos pela caverna do Deda, bem escura. Quem nos guiou foi "Seu Antonio", tio de João, que parecia estar vendo tudo. Ele sabe de cor todos os cantinhos de lá. Subindo por uma escada quase vertical, conhecemos uma pedra onde algumas pessoas se aventuravam no rapel. Vamos subindo mais, por outras trilhas e mirantes, até chegarmos no ponto mais alto do passeio, a 960m de altitude. A vista, nem preciso dizer, é linda (mesmo estando tudo "empacaçado", como dizia, meio abusado com o tempo, Seu Antonio).



A descida de volta é bem íngreme e escorregadia, com a chuva que estava fazendo. No final, há uma bica, que funciona apenas no verão (mesmo porque não há cristão que aguente o frio). Ao sair, o Bar da Caverna está à disposição para um lanche e parada para o banheiro.
No lugar também é possível acampar. A diária custa R$ 5,00 por pessoa e outros R$ 10,00 pela barraca, caso você não tenha seu próprio equipamento.



É no bar que João faz questão de mostrar a foto do pai. Ele nos explica que na área funciona uma secagem de café, onde produzem um café orgânico "de primeira". Ele também cultiva abelhas em quatro apiários e nos dá uma aula sobre o assunto. E o melhor: com direito a prova! Comemos um favo de mel que foi a energia necessária para a caminhada da volta.
Por falar nisso, essa foi, sem dúvida, a maior sorte do passeio. Como voltamos com Seu Antonio, ele nos levou por uma trilha bem mais rápida, sem subidas e infinitamente mais bonita que o caminho da ida. Passamos pelo Buraco da Butija, onde dois moradores de lá acharam uma botija cheia de ouro, e pelo Açude da Flecheira, o qual atravessamos por um caminho de pedras. Para mim, a paisagem mais encantadora da viagem.
Na volta para casa, parada para o caldo de cana, com gelo da própria bebida, pé de moleque e bolo de bacia, na Casa do Mel, na descida da Serra. Só mesmo com muito açúcar para aguentar acordado depois de tanto caminhar pelas belezas da Serra Negra.

:: Fotos: Cecília Nóbrega e Kiko Santana ::
13.10.09

Acampando no Sítio da Pedra Solta

Seu João tem 64 anos, dos quais 44 são ao lado de Dona da Paz, com quem tem oito filhos - sete mulheres e um homem, o caçula, Júnior. Desde sempre eles moram em Serra Negra, Bezerros, onde mantém um lugar especial, cheio de energia e que, felizmente, desde 2002 decidiram compartilhar com quem visita o município. Estou falando do Sítio da Pedra Solta, lugar que funciona como camping e pousada e onde tive o prazer de passar o feriado.

Chegamos - eu e meu namorado - para acampar no sábado, início da tarde.

Achamos fácil o caminho pela descrição que é dada no blog do lugar. O sítio não tem cerca ou porteira. Há uma placa de boas-vindas que indica que você chegou no lugar certo. Logo fomos recebidos por Seu João e Dona da Paz, que de cara conquistam você. Impossível não se encantar com o casal! Seu João vai conversando como quem pega na mão e convida para passear. Aos poucos ele leva você a conhecer - e com muito orgulho - todo o sítio.
O espaço é grande e tem ótimos pontos para acampar. Nada de lugar delimitado. "Tem gente que chega aqui e quer botar a barraca em cima de uma pedra bem alta. Outros me pedem para separar o lugar perto do mirante. A pessoa que sabe onde é melhor", explicou para a gente. Mas fica difícil escolher. São vários espaços com vistas lindas, chão de pedra, de terra, coberto por folhas, com sombra, com sol...

Decidimos armar barraca num lugar onde ninguém havia acampado, embaixo de um pé de pitomba, com muita sombra ao redor. Um dia antes seu João havia preparado o lugar, que sempre achou que daria um bom acampamento. Valeu a pena o trabalho. Quando começamos a montar a barraca tive uma das maiores alegrias da viagem. Alguns saguis chegaram para nos recepcionar, como se estivessem vigiando o lugar (e eu sou LOUCA por primatas!). E assim se repetiu durante o resto da viagem. De dia, sempre que estávamos por perto eles vinham dar o ar de sua graça.
O Sítio da Pedra Solta por si só já é um passeio cheio de pontos turísticos: Mirante da Lua Cheia, Mirante das cadeiras - uma pedra que tem uma formação parecida com cadeiras-, a Capelinha de Nossa Senhora de Fátima, a pedra do som e, claro, a Pedra Solta. Seu João também faz algumas trilhas com você que lhe levam a conhecer as mais bonitas paisagens da região. Mas aguente! Os 64 anos dele não condizem com sua disposição. É bom estar preparado para andar, escalar, subir... A recompensa depois da caminhada é um banho no chuveiro instalado no meio da trilha, com água mineral. Gelado, mas vale o sacrifício.

À noite rola uma fogueirinha, música boa e muita conversa. Você vai conhecer a casa dos donos, ver televisão com eles e ouvir Dona da Paz recitar algumas de suas poesias. Não vá embora sem escutar seus versos!

Se você pretende ir até lá, aí vai o serviço: a diária para o camping, por pessoa, é R$ 10. Tem que levar a barraca, porque lá não tem opção de aluguel. Para quem prefere um pouco mais de mordomia, a diária do chalé sai a R$ 50 por pessoa, com café da manhã. Lá eles servem as três refeições à parte, por R$ 10 cada. Se você for acampar, não esqueça de levar lanterna (e pilhas suficientes), pois só em um dos espaços há a possibilidade de colocar ponto de luz; um bom cobertor, já que durante a noite faz muito frio; roupa de banho, para tomar uma chuveirada no meio da trilha; repelente; e muito carinho para retribuir toda atenção que vai receber durante a estadia. Boa viagem!

Nós, Dona da Paz e Seu João, maiores presentes da viagem.

Vai lá!
Sítio da Pedra Solta - Bezerros | PE

Passeando em Serra Negra



Esse foi um feriado programado de última hora, mas muito, muito feliz!
Saímos de Recife no sábado e partimos rumo à Serra Negra, em Bezerros. O passeio foi um dos mais prazerosos que já fiz. O lugar é lindo e tem bastante coisa pra fazer, visitar, passear. É preciso muita disposição. Se não tem, melhor nem ir. Mas se você quer se aventurar e fazer essa viagem, aí vão algumas dicas.

Como chegamos já à tarde em Serra Negra, o passeio do dia foi ir à "ruinha". Lá no alto tem o pólo cultural e o anfiteatro. A vista de lá é coisa de outro mundo. Serra Negra fica a mais ou menos 900 metros do nível do mar e tem um potencial hídrico muito grande, então pra onde você olhar vai ver um cartão postal. Prepare a câmera! E claro que num lugar com essa altitude o casaco é de primeira necessidade.
No domingo o passeio foi até o Parque Ecológico. Dá pra ir de carro, mas como estávamos dispostos a passear, fomos andando mesmo. É legal ir caminhando porque dá pra conhecer outras vistas, outros mirantes pelo caminho. O único problema é a poeira. Quando tirar catota vai ver ela bem escurinha.

Se você der sorte, vai encontrar um bom samaritano no caminho, como encontramos Seu Antonio, que tirou o saco da cabeça e nos deu, assim por dar, um monte de laranja cravo. "Tá bom, não precisa isso tudo não". "Precisa, minha fia, bote aí na mochila".
No meio do caminho dê uma paradinha para apreciar a Casa das Flores. Mesmo não estando aberta, dá pra ver que o lugar é lindo. Tem uma variedade infinita de flores de todas as cores, formas, tamanhos. Fiquei bestinha.

Bom, chegando no Parque Ecológico cada pessoa paga R$ 2,00 para entrar. Alexandre, um menino de 14 anos, vai guiar sua visita pelas grutas e mirantes do lugar. Vale a pena visitar todos os pontos do parque. "Tem gente que vem aqui e fica sem querer andar, aí num vê as coisas e fica dizendo 'só isso?'!"

Entre os atrativos, você vai passar pela Gruta do Amor, Porta do Vento, Mirante do Gravatá Amarelo e Pau Santo Casamenteiro. Esse último é uma árvore que muitos acreditam que traz o marido para quem abraçar. Muita mulher encalhada passa por lá e arrisca um abracinho. "Uma vez uma mulher levou até folha para fazer um chá. E um tempinho depois se casou", contou Alexandre.

Na volta encontramos com outra alma caridosa, dirigindo sua caminhonete e que, ao passar por a gente e ver minha cara de acabada, com direito a língua para fora e tudo mais, parou e nos deu uma carona. Alívio!

Além desses passeios, outros mais podem ser feitos em Serra Negra, como a visita ao Mirante da Antena, Gruta do Vino, Caverna do Deda e inúmeras trilhas. Como o feriado foi pequeno para tanta coisa, já estamos planejando a próxima visita.

Obs.: Vá com uma roupa adequada. Explico: fiz umas trilhas de short e estou toda arranhada, machucada e me coçando até agora da urtiga. Mas também não vá colocar uma calça jeans pra fazer trilha, senão vai voltar para casa toda assada.