3.9.10

Eu Fui!


Camping em Paulo Afonso - por Carla Alencar

"Carlinha, vamos acampar pertinho de Paulo Afonso? Nas margens do rio Itaparica. A gente vai amanhã (quarta) e volta no domingo." Fui acordada assim em um dia de julho. E eu que nem gosto de uma farra, topei na hora. Abandonei todos as programações de férias e fui. 
A viagem de carro dura em média 8hs. No caminho, passamos pela ponte do Riacho do Navio e eu, claro, fiz parar o carro pra tirar foto e fiquei o resto da viagem cantando a música. Chegando em Paulo Afonso, fizemos o passeio clássico pelas hidroelétricas e tirei mil fotos com o Rio São Francisco,e,também, da ponte que Nazaré pulou, no final de A senhora do destino. Dormimos o primeiro dia na pousada Energia que fica no Centro de Paulo Afonso (R$120 a diária) e no outro dia, logo cedo, seguimos viagem para as barragens de Itaparica. O caminho é árido, mas um árido bonito. Passamos por uma plantação imensa de melancia e levamos algumas. Demoramos umas duas horas pra chegar até o destino.  Chegamos, armamos as barracas e aproveitamos pra ver o que tem de mais bonito por lá: o pôr-do-sol. Não existe igual ao do Sertão. O clima lá é assim, de dia um sol danado, daquele sol vadio que engana e queima a pele sem dó e a noite trata logo de compensar com um friozinho gostoso (parecido com Garanhus, saía fumacinha e tudo). E eu tive sorte: Chegamos junto com a lua cheia, ai imagina,né? Churrasquinho, fogueira, vinho, batida... Vale salientar que lá não tem energia elétrica e o celular só pega embaixo de uma árvore específica e olhe lá. Foi tudo á base de um isopor gigante cheio de gelo. A graça era tomar banho no rio a noite, à luz da lua. Literalmente. Durante o dia, além da vista, a gente pescava, tomava banho de rio (mega cristalino),ouvia as histórias e poesias de seu Manuel (Ai já é conversa pra outro texto), cheguei a ver o parto de uns bezerrinhos, escrevi muito, conversava potoca, andava de barco, fazia as necessidades lá pra longe (essa parte era a mais complicada porque eu sou cheia de frescura pra ir no banheiro, mas no segundo dia eu já tava melhor amiga do machado que a gente usava para facilitar). 
Eu me dei conta que a  vida era mesmo boa. E os dias se passaram assim:
Uma vida mansa, sombra e água fresca como diz o ditado.