Quando fui a Serra Negra, em Bezerros (PE), não deu tempo de fazer um dos passeios mais recomendados da região: a Caverna do Deda. No último final de semana, para comemorar o Dia dos Namorados, voltamos ao lugar e podemos conhecer esse que é, sem dúvida, um dos lugares mais bonitos do Estado.
O dia estava bem frio, nublado e com uma chuvinha fina que caía sem parar. Por um lado esse clima até foi bom, já que a caminhada é pesada! O carro vai até um ponto, no começo da serra. Depois, é preparar os pés e caminhar por cerca de uma hora até o destino. Como não achamos o guia, fomos por conta própria. Procuramos saber com alguns moradores como chegar e seguimos em frente. Muita subida, paradas para tirar fotos, escutar o som da natureza e beber água. Isso é fundamental! Vá com sua
squeeze cheia.
A entrada na Caverna do Deda custa R$ 2,00 por pessoa. A propriedade era de Deda Laurentino, já falecido, e tem esse nome em sua homenagem. Quem cuida de tudo é seu filho, João, que faz questão de explicar os detalhes e a história com o maior apreço.
O primeiro atrativo é um balanço, instalado em uma árvore que tem um galho alto. Chega a dar um friozinho gostoso na barriga. Depois de se balançar, prepare as pernas que lá vem subida!
Entramos pela caverna do Deda, bem escura. Quem nos guiou foi "Seu Antonio", tio de João, que parecia estar vendo tudo. Ele sabe de cor todos os cantinhos de lá. Subindo por uma escada quase vertical, conhecemos uma pedra onde algumas pessoas se aventuravam no rapel. Vamos subindo mais, por outras trilhas e mirantes, até chegarmos no ponto mais alto do passeio, a 960m de altitude. A vista, nem preciso dizer, é linda (mesmo estando tudo "empacaçado", como dizia, meio abusado com o tempo, Seu Antonio).
A descida de volta é bem íngreme e escorregadia, com a chuva que estava fazendo. No final, há uma bica, que funciona apenas no verão (mesmo porque não há cristão que aguente o frio). Ao sair, o Bar da Caverna está à disposição para um lanche e parada para o banheiro.
No lugar também é possível acampar. A diária custa R$ 5,00 por pessoa e outros R$ 10,00 pela barraca, caso você não tenha seu próprio equipamento.
É no bar que João faz questão de mostrar a foto do pai. Ele nos explica que na área funciona uma secagem de café, onde produzem um café orgânico "de primeira". Ele também cultiva abelhas em quatro apiários e nos dá uma aula sobre o assunto. E o melhor: com direito a prova! Comemos um favo de mel que foi a energia necessária para a caminhada da volta.
Por falar nisso, essa foi, sem dúvida, a maior sorte do passeio. Como voltamos com Seu Antonio, ele nos levou por uma trilha bem mais rápida, sem subidas e infinitamente mais bonita que o caminho da ida. Passamos pelo Buraco da Butija, onde dois moradores de lá acharam uma botija cheia de ouro, e pelo Açude da Flecheira, o qual atravessamos por um caminho de pedras. Para mim, a paisagem mais encantadora da viagem.
Na volta para casa, parada para o caldo de cana, com gelo da própria bebida, pé de moleque e bolo de bacia, na Casa do Mel, na descida da Serra. Só mesmo com muito açúcar para aguentar acordado depois de tanto caminhar pelas belezas da Serra Negra.
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:: Fotos: Cecília Nóbrega e Kiko Santana :: |