29.5.13

Passeando na Cidade do México :: os bairros de Coyoacán e San Ángel

Sábado, 30 de março de 2013

Esse foi o dia de conhecer o que eu mais esperava do México: cores, mercados, feiras, arte, alegria e gente, muita gente.

Acordamos super cedo, ansiosíssimos com o que a cidade tinha a nos oferecer. Depois do passeio no Turibus, ficamos ainda mais empolgados por estarmos ali. Escolhemos o sábado para conhecer os bairros de Coyoacán e San Ángel, que ficam ao sul da cidade, e antigamente eram colônias - assim como vários outros bairros da Cidade do México - por acontecer nesse dia o famoso Bazar de Sábado, em San Ángel, e outras feiras pelas praças dessas bandas.

Pegamos o metrô (quase de graça, MXN 3 = R$ 0,48) e descemos na estação Viveiros, em Coyoacán. A saída fica na calçada de um grande parque (meio acabadinho), de mesmo nome da estação, onde muitos mexicanos fazem seus exercícios matinais, acompanhados pela graciosa companhia de esquilos. A princípio, achamos o arredor do lugar meio estranho, mas depois vimos que não oferecia perigo. Demos uma volta no parque e saímos pela Avenida México, em direção à Calle Londres, onde fica o Museu de Frida Kahlo.

Viveiros de Coyoacán
Eu no Viveiros de Coyoacán


Chegamos ainda cedo e já tinha uma filinha à nossa espera, mas que andou rápido. A entrada custa MXN 80 por pessoa e outros MXN 60, caso queira fotografar. Eu não ia perder a oportunidade de tirar fotos de um lugar tão especial e acho que super valeu a pena ter dispensado esses pesos.

O museu é incrível, principalmente se você conhece a história da artista e já assistiu ao filme sobre a vida dela. Estar ali dentro é como estar no filme e de tão mexicana que é a famosa Casa Azul, nem parece real. Mas, segundo o museu, era tudo daquele jeitinho como está exposto. No começo do passeio há uma exposição com diversas obras da artista, anotações, roupas, e depois a gente segue pela casa, para visitar todos os cômodos, como o atelier, os quartos e a cozinha tão adorada. No final, ainda vimos uma exposição sobre as roupas e acessórios de Frida. Passeio obrigatório!!! 

Entrada do Museu

Cozinha de Frida

Cadeira e tela da artista

Cama do dia de Frida

No jardim da Casa Azul

Saímos e fomos pela Calle Allende para o Mercado de Coyoacán. Já estava adorando tudo, pois o bairro é super agradável, gostoso de passear. Mas ao chegar no mercado e dar de cara com as cores do artesanato mexicano foi que meu coraçãozinho disparou. Queria trazer o México pra casa! Andamos bastante por lá e paramos para comer as Tostadas de Coyoacán, super tradicionais. Eu nem ia comer, mas vi que a pimenta vinha à parte e resolvi experimentar. E para a minha surpresa, adorei. Para acompanhar, bebemos água fresca de tamarindo (não é suco, nem refresco, é água!). Mais típico impossível! Durante o lanche, conversamos com alguns mexicanos que estavam por lá e havia quem morasse longe e aproveitasse o dia de folga para ir até o bairro só para comer as tostadas. Fica a dica! ;)
Anote: Tostadas de Coyoacán, Mercado de Coyoacán :: MXN 25. Água fresca de tamarindo, MXN 15.

Piñatas mexicanas

Tostadas de Coyoacán, no Mercado de Coyoacán

A tostada de pollo e água fresca de tamarindo

Logo em frente a este mercado fica a Praça Hidalgo, cercada de bares, restaurantes e sorveterias. Bem pertinho também fica o Mercado de Artesanato de Coyoacán, que tem várias coisinhas legais, e o Jardín del Centenário, outra praça bem bonita. Vale comprar um helado e colocar os pés pra cima um pouco (isso se conseguir uma sombrinha).

Jardín del Centenário
Depois de passear pelo bairro, pedimos informações e pegamos um ônibus na Av. Miguel Angel de Quevedo até o bairro vizinho de San Ángel. O Bazar del Sábado funciona na Praça San Jacinto. É super legal, mas não achei as coisas das lojinhas com preços muito atraentes. Mas na própria praça em frente, e também ao lado, há várias outras barracas de artistas locais com coisas muito legais e preços bem melhores.
Dica: a passagem de ônibus varia de acordo com a distância percorrida, mas a média é de MXN 4. Tenha sempre um dinheirinho trocado para facilitar, pois dificilmente eles terão troco.

Helados

Apresentação no Bazar de Sábado

Feirinha em San Angel

Ruas em San Angel
O bairro é mega agradável e você vai passear feliz da vida pelas ruas de pedra cercadas de casas coloniais.  Depois dessas comprinhas, fomos até o Museu Casa Estúdio de Diego y Frida Kahlo (MXN 12 por pessoa). É legal, mas não chega aos pés do de Frida. Pegamos um ônibus na Av. Altavista de volta para a estação Viveiros. Aí, um susto: o ônibus era dirigido por um doido e tinha uma galera meio "família" do motorista em pé, todos conversando, escutando música alta e vestindo preto. Enfim, um povo esquisito. Ficamos assustados como podia uma empresa permitir que um motorista trabalhasse daquele jeito, mas depois é que percebemos: na Cidade do México os ônibus são como transportes particulares regulamentados, não são de empresas. E o mais engraçado é que eles são bem pequenos e muito velhos, alguns até sem porta. Então, não estranhe se passar por uma situação parecida.

Museu Casa Estúdio de Diego y Frida
Na volta, passeamos mais pelo centro da cidade para aproveitar aquele clima de alegria de um sábado no México. Fomos até o Parque Alameda Central, onde fica o Palácio de Bellas Artes e onde tinha mais feirinha. Todo lugar tem artistas de rua e a quantidade de gente é sempre impressionante. Também assistimos a uma apresentação de índios em frente ao Palácio de Mineria. Coisa não faltou para fazer!

Apresentação de índios no centro

Avenida fechada nos fins de semana
Voltamos já tarde para o hostel depois desse dia que me fez apaixonada por aquela cidade.

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28.5.13

Passeando na Cidade do México :: A chegada :: Turibus

Saímos aqui de Recife no dia 29 de março, às 1h47, num voo da Copa Airlines. Eu ainda estava me recuperando de uma conjuntivite e uma amidalite e vinha tomando zilhões de remédios com hora certa e tal. Então, dessa vez, não estava embarcando com tanta euforia como de costume.

Para piorar, o voo foi péssimo. Já deixo logo a dica para quem for por esta cia aérea: só compre se a passagem estiver muito barata, porque o voo é mega desconfortável. O avião é pequeno, as fileiras entre as cadeiras praticamente não têm espaço. Os assentos também não são muito bons e é preciso fazer manobras para conseguir uma posição confortável para dormir e aguentar as quase sete horas de voo até o Panamá. De lá, ainda mais algumas longas horas até chegar à Cidade do México, destino final. Pelo menos esse segundo avião era um pouquinho mais novo...

Depois dos processos todos de chegada, fomos trocar nossos dólares por pesos mexicanos ainda no aeroporto (US$ 1 = MXN 12,66). Não levamos daqui, pois é difícil fazer essa conversão ainda no Brasil e as taxas não eram muito vantajosas. Feito isso, logo na saída, pegamos um táxi - o tal táxi de sítio - pois fomos orientados por muita gente que não é seguro pegar táxis comuns na Cidade do México. Ah, atenção! Há uns quatro guichês, um colado no outro, na saída, mas os preços variam bastante. Pergunte em todos e veja o mais barato. Incrível como a diferença era grande! 
Anote: táxi do aeroporto ao Zócalo = MXN 165, cerca de R$ 26.

Zócalo e Palácio Nacional
Ficamos hospedados no hostel Mundo Joven Catedral, o mais famosinho da cidade e que tem a melhor localização. Quando chegamos, percebemos que o lugar era realmente muito legal, organizado, mas... quase morri sem ar só de olhar o quarto da gente. Ficamos em um quarto de casal, privado, que mal tinha espaço para deixar a mala. Para ter uma noção, o banheiro era maior do que o quarto! Além disso, eles tinham resolvido passar verniz em todas as janelas e não havia sequer um ventilador. Desci e consegui um na recepção, mas quis sair dali correndo. Depois soube que os quartos coletivos são bem legais, mas se você vai ficar em quarto privado de casal, melhor escolher outro hostel. Não indico!

Entrada do nosso hostel

Táxis elétricos
Bom, era meio da tarde e ainda dava tempo de passear, embora a gente estivesse bem cansado da viagem. Pegamos o Turibus, em frente ao nosso hostel, para dar um passeio geral pela cidade. Era sexta-feira santa, por isso enfrentamos uma fila bem grandinha. Nesse momento percebi de cara duas coisas que adorei: a primeira é que os mexicanos são super simpáticos! A gente fez amizade com uma senhora, Inés, e seu filho e eles eram bem solícitos e tal. A segunda coisa que notei é que o mexicano gosta de passear, curtir sua cidade. O Turibus é um serviço beeem turístico, mas a grande maioria das pessoas que estava fazendo o passeio era mexicana. Adorei isso!
Anote: Turibus = MXN 165

Filinha básica para o Turibus

Turibus chegando no Monumento de la Revolución
Bom, o passeio foi a melhor escolha para esse dia de cansaço depois de uma viagem desconfortável. Além disso, eu senti os efeitos da altitude. Fiquei um pouco tonta, enjoada, como se tivesse em um navio, sabe?! Acho que fiquei uns dois dias assim, então conhecer a cidade do ônibus, nesse primeiro momento, foi bem legal, mesmo porque percorremos os principais pontos e deu pra ter uma noção geral de tudo. E minhas expectativas foram altamente superadas! Deu pra ver a alegria das pessoas, a animação da cidade, os lugares e ruas arborizados, as ruas fechadas para pedestres, as diversas formas de locomoção, muita música e festa, a simpatia exagerada dos homens com as mulheres, o contraste de partes modernas da cidade e das mais antigas, onde os índios fazem rituais a todo momento, a arquitetura e, claro, a fama de apimentada que tem a culinária local. Enfim, a variedade de coisas e riquezas que aquele lugar oferece. Foi uma amostrinha para deixar a gente com muita vontade de aproveitar tudo e de que chegasse logo o próximo dia da viagem.

Curiosidade: eu tive muitas dúvidas quanto ao tipo de roupa que deveria levar, pois nas minhas pesquisas a temperatura variava de 9 a 26 graus e sempre via fotos de pessoas encasacadas. Ao chegar lá, percebi: o povo gosta de sentir calor! Um sol danado, abafado, e o povo de casaco, sempre. Só faz um friozinho à noite e no comecinho da manhã, mas no resto é bem quente. Estranho, né?! :P


Edifícios modernos na Av. Paseo de La Reforma

Típico mexicano. Detalhe: tava um calor danado!
Shopping no bairro de Polanco
Rua de pedestres
Eu, João e a Catedral Metropolitana ao fundo

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26.5.13

Passeando no México :: Roteiro e dicas de Playa del Carmen

A ideia inicial para as férias era ir somente à Cidade do México. Mas quando se começa a fazer pesquisas de viagem fica difícil resistir a algumas coisas. Ir para o Caribe foi uma delas. Fizemos as contas, lemos blogs e, enfim, vimos que não podíamos deixar de visitar aquelas bandas.

Aí você pensa logo em Cancun, que é de onde mais se fala quando se pronuncia "Caribe". Mas vou dizer, viu: se você gosta de passear mesmo, conhecer lugares diferentes, nem perca seu tempo indo para lá. Não que o destino não valha a pena. Mas Cancun é para quem tem um perfil mais luxo e riqueza ou para os que gostam de curtir a estrutura do hotel, relaxar... não é o meu caso.

Conhecemos Playa Del Carmen pelas nossas pesquisas em sites e blogs de turismo. E todos diziam que esta era mais central e não tomada por resorts, como é Cancun. Uma praia a la Pipa ou Porto de Galinhas, só que bem mais sofisticada, claro (estamos falando em Caribe, né?! :P) Então, decidimos que este seria o nosso destino.

Fim de tarde em Playa del Carmen
E vou dizer, foi a melhor escolha que a gente poderia ter feito. Playa fica no meio dos principais passeios, bem pertinho dos grandes parques de natureza e aventura que a região oferece, e o melhor: você pode fazer tudo por conta própria, pegando os coletivos no centro da cidade. Outra coisa que amo numa praia é a liberdade de fazer absolutamente tudo a pé. Assim é em Playa. A 5ª Avenida, principal via da cidade, é uma grande rua de pedestre, bem no centro, onde estão milhares de restaurantes, bares, outlets, boates, lojas, shoppings, sorveterias... passeio de todas as noites, sempre com uma coisa diferente para oferecer.

O ponto negativo, claro, é o $. Não que seja muito caro, porque nem é, mas para quem estava na Cidade do México dá pra sentir a diferença no bolso. Você percebe logo porque os preços são quase todos em dólar, sendo o preço em peso mexicano colocado em segundo plano. Mas ainda assim posso dizer que é um destino barato no Caribe. Alguns passeios, como mergulho e os parques de aventura, é que pesam bastante no bolso. Pesam, mas você não vai se importar, porque vão fazer valer cada centavo.

Playa!
Eu e os voladores, em Playa del Carmen
Enfim, posso dizer que adorei cada minuto por lá, cada experiência e a única coisa da qual me arrependo é de não ter reservado mais dias para dispensar em Playa, porque vi diversas coisas que gostaria de ter feito. Tenho certeza que se você for, seja qual for o seu perfil de viagem, vai amar como eu amei!

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25.5.13

Passeando na Cidade do México :: Roteiro e dicas

Eu já fiz um post aqui no blog falando em expectativas, em como elas podem construir ou destruir alguma coisa. No caso dessa viagem, a expectativa foi importantíssima para deixar tudo ainda mais surpreendente.

Eu, claro, estava ansiosíssima pra viajar, já há meses que planejava conhecer a Cidade do México, pesquisei horrores antes de ir, mas eu não criei muitas expectativas sobre o lugar. Sabia da riqueza cultural, da simpatia das pessoas, das cores que tanto adoro, das feiras e mercados - programas indispensáveis em qualquer viagem para mim -, mas ainda assim não esperava que fosse amar tanto tudo aquilo. Talvez por saber também dos problemas, como o trânsito caótico, a pobreza, sujeira nas ruas e alguns pensamentos parados no tempo dos mexicanos, como o machismo que se sente ao usar short ou vestido curto na Cidade do México - no dia que usei, me senti uma depravada, todo mundo olhava.

Monumento a La Revolución
Cores do México no Mercado de Coyoacán

Mas ao chegar lá, viver a cidade, conhecer as pessoas, andar e andar com segurança até altas horas da noite, sempre com muita gente ao redor, comer bem - sim, porque achei que fosse me lascar com a culinária local, já que não sou adepta a comida mexicana - qualquer impressão que poderia ser negativa se desfez. Eu amei, e muito, tudinho!

Realmente com a comida é que se tem que tomar cuidado. A minha pergunta de sempre era: "Pica?" Se eles dissessem que "não picava", ainda existia o risco de ser picante. Agora, se eles dissessem que "pica un poco", aí era certeza de ter a boca queimando por um longo tempo. Ô povo pra gostar de pimenta! E não é só nos pratos da culinária local, não. Frutas, bombons, sobremesas, batata frita, pizza, tudo leva pimenta. Santo Omeprazol!

Todo pica!

A Cidade do México é sim muito segura e a impressão que temos é que todo mundo está, ao mesmo tempo, de férias. Só assim para ter tanta gente, em qualquer lugar, a qualquer hora. Isso causa alguns transtornos, como a lotação dos metrôs, mas eu confesso que gosto de uma muvuca, então pra mim não foi muito traumático. Passávamos o dia todo andando e, mesmo durante a semana, se voltássemos para o hostel às 0h, a rua ainda estava cheia de gente - e de policiais, vale salientar -, o que dava a impressão de que ainda era cedo.

Ah! Outra coisa: a Cidade do México é sim cheia de tradições, a cultura asteca é muito presente, o tempo todo se vê índios fazendo seus rituais no meio da rua... mas não é só isso. A cidade é também super desenvolvida, preparada para o turismo, há banheiros públicos organizados em todo lugar, os transportes funcionam bem - embora eles utilizem alguns ônibus de séculos atrás, alguns até sem porta - há restaurantes bons, cafés e lojas de grife por toda a cidade. Então, se sua visão é de que a Cidade do México é pobrezinha, coitada, esqueça! E é esse contraste que a faz tão especial, com programas para todos os gostos.

Índios dançando nas ruas
Pirâmide do Sol, em Theotiuacán
Galeria chiquérrima em San Angél
Além disso, é ótimo passear por lá. Muitas ruas só para pedestres, avenidas largas, vários parques e praças espalhados pela cidade, o que deixa qualquer lugar mais agradável. E a simpatia das pessoas é incrível, eu tinha vontade de colocar os mexicanos embaixo do braço e trazer para casa. Pense num povo amável, solícito... isso pra mim já é motivo suficiente para amar um lugar.

O Parque Alameda Central é enorme e cheio de fontes
El Caballito, na Av. Paseo de La Reforma :: Parte modernosa da cidade

Bom, eu vou parar esse post por aqui, para não me prolongar demais e perder o assunto. Nos próximos, o nosso roteiro, dia a dia, na Cidade do México e na deliciosa Playa Del Carmen.

Hasta!